domingo, 22 de setembro de 2024

Agência e Estrutura

Um tema forte da ciência política: agência e estrutura. Ou seja, a prevalência do actor ou do contexto. Do indivíduo ou do colectivo. Das ideias ou da matéria. Da subjectividade autosuficiente ou do espartilho das condições objectivas. No fundo, o verdadeiro debate filosófico de há dois mil e quinhentos anos para cá. E que tem Platão e Aristóteles como centros difusores, pois que, como disse Borges, ou se é discípulo de um ou de outro. Obviamente, não há sistemas puros. Colocar o actor político no centro, numa fúria desregrada, é caminho seguro para o darwinismo social. Por sua vez, quando a estrutura esmaga o indivíduo, negando-lhe a condição de actor, teremos algo equivalente a uma distopia monstruosa, de que "1984“ é um bom exemplo. A história política da humanidade tem oscilado entre os tons de cinzento da combinação de ambas. Com maior ou menor prevalência de uma sobre a outra. Fascinante.

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