sábado, 5 de outubro de 2024

O teste do algodão

O que nos torna mais sensíveis aos temas da esquerda ou da direita, nos dias que correm? Não creio que sejam convicções ideológicas. Daquelas que nos fazem pegar em armas. Ou ir para lutas concretas pela dignidade e pela justiça. Isso é coisa do passado. O que realmente fractura são as batalhas culturais, que ganharam uma expressão política determinante. O que inclui a identidade, estilos de vida, relação com o ambiente, etc. Os interesses corporativos imediatos são igualmente importantes. Mas há determinados traços de carácter, ou certas atitudes mais primárias que podem fazer a diferença. O ressentimento pode levar-nos para a esquerda, da mesma forma que a insensibilidade social pode conduzir à direita. O mesmo se diga da arrogância intelectual versus pragmatismo. Há variáveis e constantes nesta equação. Por exemplo, há psicopatas na esquerda e na direita. Mas o que os distingue? Tudo e nada. Há mecanismos que só se percebem realmente quando abandonamos a percepção mecânica e o mundo do dever ser.

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